segunda-feira, 11 de abril de 2011

Discussão sobre Abordagem Positivista na concepção das ciências


ABORDAGEM POSITIVISTA
Discussion Paper
Viviane Schneider - Mestrado

Introdução
O objetivo deste paper é promover uma representação do que seja a abordagem positivista, através de sua história, seus ensinamentos e críticas recebidas. Para tal é realizada uma discussão, transposta da forma mais simples possível, com o intuito de familiarizar o leitor ao positivismo, sob a ótica dos autores Hughes (1980[1]), Triviños (1992[2]) Bunge em Cupani (1991) e assim promover uma construção semântica do tema.
Desenvolvimento
                     A abordagem positivista começou com Auguste Comte (1798-1857) que deu início a uma atividade filosófica (1830-1842), nascida da negação recheada pela crítica ao pensamento teológico que era norteado por dogmas religiosos, cunhados nas escrituras sagradas. Para adeptos do positivismo, a simples exposição de “verdades”, sem os devidos critérios de observação empírica dos fatos, sociais ou físicos, realizados por qualquer homem na mesma condição, era duvidoso e poderia ser inverídico Hughes (1980).
                     Quanto ao seu contexto histórico, o positivismo:
  O crescimento de suas raízes iniciou na Revolução Francesa (1789), com o nascimento das primeiras Idéias Iluministas, com significativa influência com o acontecimento da Inconfidência Mineira, aqui no Brasil.
  Influenciou também a Independência do Brasil em 1822.
  As idéias iluministas criaram as primeiras bases da sociedade burguesa e do capitalismo. Era o início de um movimento que culminaria com a abordagem positivista, que influenciaria várias gerações futuras.
  Em meados de 1830, Augusto Comte (considerado o pai do positivismo) iniciou um processo que viria a consolidar sua atividade filosófica. Começa a surgir então a abordagem positivista, fundamentada na premissa de que o conhecimento científico só é alcançado pela prova dos fatos, realizada através de observação, amostragem, análise matemática e estatística. As ciências sociais passaram então verificadas pela repetição controlada do viver humano.
  Em meados de 1893[3], surge Emile Durkheim, considerado um dos fundadores das ciências sociais, fortemente influenciado pela abordagem positivista, acrescentou muito ao estudo da sociedade, através do que ele chamava de fatos sociais.
  Em 1962, Bunge em Intuition and Science, trás uma visão compatível com a abordagem positivista, quando propõe que somente através da ciência é possível obter o conhecimento, sem entretanto se identificar com o positivismo.
  As teorias estudadas nos textos de pesquisa sugerem que a abordagem positivista, ainda nos dias atuais, possui forte influencia nas ciências em geral.
Quanto aos seus ensinamentos, o positivismo:
  Reconhece a impossibilidade do espírito humano obter noções absolutas da realidade.
  Submissão da imaginação a observação.
  O espírito positivo prega o “ver para prever”.
  Investigação sobre o que é possível conhecer.
  Prega a busca da certeza como caminho humano.
  Contrária ao negativo, pois busca não destruir, mas sim organizar.
  Neutralidade de ciência, ou seja, a ciência estuda os fatos como forma de conhecê-los dentro de uma perspectiva desinteressada.
  As cinco concepções para a palavra positivo: Real, Útil, Certo, Preciso e Positivo.
Quanto as criticas ao positivismo, cita-se:
·        O positivismo parece desconsiderar como válido o ecletismo, excluindo a possibilidade de haver ciência na multidisciplinaridade.
·        Não aceita os fatos que não possam ser observados, excluindo desta forma os estados humanos mentais.
·        Utiliza a mesma metodologia para estudar tanto fatos naturais como sociais, o que acarreta problemas de ordem metodológica.
            As pesquisas sobre positivismo apontam que esta abordagem foi um dos alicerces que iniciaram o estudo de ciências tal qual como o concebemos hoje. Embora o positivismo não possa ser considerado totalmente válido para os dias atuais, sua influência parece intrínseca nos conceitos acadêmicos e administração em geral.
            Até mesmo pesquisadores e estudiosos que não se identificam com a abordagem, não desconsideram totalmente seus benefícios e influência na elaboração das ciências.
                    
Conclusões
                     A discussão quanto ao positivismo remete à reflexões de ordem estrutural no que se refere a evolução do estudo de ciências. Após a negação com o intuito de quebrar o pensamento dogmático e com o início de uma corrente que nasceu primeiramente com o iluminismo, culminando no positivismo, um novo caminho de nossa concepção a cerca da realidade começou a ser trilhado. Novas formas de conhecer o universo através da concepção da ciência foram desenvolvidas. As diversas teorias nascidas da essência do positivismo parece ser sua maior contribuição para a humanidade, mais até que seus próprios ensinamentos.
Documentação
A. Cupani (1991), A filosofia da ciência de Mario Bunge e a questão do ‘positivismo'. Manuscrito, Campinas, v. XIV, n. 2, p. 113-142.
HUGHES, John. A filosofia da Pesquisa Social. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1980. TREVISAN, Nanci Mazieiro. Positivismo&Pós-Positivismo. In: Revista Acadêmica do Grupo Comunicacional de São Bernardo, Ano 3, nº 5. Janeiro/Junho. São Bernardo, 2006. Disponível em: www.metodista.br/unesco/GCSB/index.htm. Acesso em: 20/03/2010. 
TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo : Atlas, 1992.


[1]Foram tiradas algumas interpretações contidas nos slides das aulas, postados no moodle.
2Foram tiradas algumas interpretações contidas nos slides das aulas, postados no moodle.
[3] Retirado do site: http://www.culturabrasil.pro.br/durkheim.htm, acessado em 10/04/2011.

Um comentário:

Fernanda disse...

òtimo Vivi, espero que venham muito mais informações como essa !